Hereditariedade vs Meio
O que é mais importante – a hereditariedade (factores endógenos) ou o meio (factores exógenos)?
Durante pelo menos duzentos anos esta questão provocou um intenso debate. Apesar de qualquer teoria do desenvolvimento da criança ter necessidade de ter em conta ambos, os teóricos diferem na importância relativa que atribuem à natureza (traços e características herdados dos seus pais biológicos) e educação (influências ambientais, tanto antes como após o nascimento, incluindo influências da família, pares, escolarização, sociedade e cultura).
Hoje, os avanços da genética do comportamento permitem aos cientistas medir com maior precisão os papéis da hereditariedade e do meio para explicar as diferenças individuais em traços específicos, tais como a inteligência, e como a presença dessas influências pode permanecer ao longo da vida.
Contudo, quando olhamos para uma criança específica, a investigação relativa a quase todas as características aponta para uma mistura ou interacção da hereditariedade e experiência.
Assim, apesar da inteligência ter uma forte componente hereditária, a estimulação parental, a educação e outras variáveis introduzem a diferença. E, apesar de haver ainda uma disputa considerável sobre o impacto relativo da natureza e educação, muitos teóricos e investigadores contemporâneos estão menos interessados em discutir sobre qual destas forças é a mais importante, do que em descobrir modos de explicar como é que elas agem em conjunto no sentido de influenciar o desenvolvimento.
Em termos de factores de desenvolvimento, consideramos as teorias maturacionais (centradas na importância dos factores endógenos, por exemplo Gessell), as teorias ambientais ou de aprendizagem (centradas na importância dos factores exógenos, por exemplo as perspectivas behavioristas) e as teorias interaccionais (equilíbrio da importância dos factores endógenos com os factores exógenos; por exemplo Piaget). Finalmente, refiram-se as teorias sócio-ecológicas que, embora enfatizando o contexto sócio-cultural em que o indivíduo está inserido, ou seja, os factores ambientais, também têm em conta o “calendário desenvolvimental” como base para o processo desenvolvimental.
Como exemplos temos Erikson e Vygotsk.