Estudos interessantes

 

Serão os comportamentos delinquentes geneticamente determinados?

 

No seguimento de uma dissertação como esta, é importante que os termos e conceitos de que se trata estejam totalmente esclarecidos. Antes de mais, neste texto irei reflectir sobre o que é um delinquente e o que o torna delinquente.

Atentemos em casos em que a delinquência está mais associada: por exemplo os ciganos e os negros. Bem sabemos que a estes primeiros (os ciganos) associamos casualmente os conflitos, talvez nem porque tivemos experiências que evidenciem este facto, mas sim porque as impressões que temos deles nos foram transmitidas indirectamente pelas pessoas com quem contactamos ou até pela nossa cultura padrão.

Até aqueles que eventualmente dizem: “ah esta música, eu adoro música cigana!”, ou “eles sim, são os verdadeiros nómadas, ah que vida”, na proximidade ou contacto com a etnia cigana poderão ser os primeiros a colocar trancas à porta! É já evidente a relação entre as impressões e as expectativas, e daqui há uma “ponte” para a auto concretização das expectativas.

É aqui, que tendo nós uma atitude bastante negativa relativamente á comunidade cigana, tenderemos para comportamentos que passem a justificar as atitudes, mesmo que contrariem a realidade; o que isto quer dizer? Quer dizer que faremos tudo e veremos tudo e apenas o que há de mau, o que consiga “fundamentar” a nossa tese e alimentar o sentimento negativo em relação à comunidade em questão, para que tenhamos a razão do nosso lado. Na outra face da moeda, temos os ciganos, que, por sua vez, vão responder aos estímulos negativos impostos pela sociedade em redor, tornando-se os delinquentes da cultura padrão. Por isso, e na minha opinião, a categorização dos ciganos, entre outros, resulta de um confronto entre culturas, podendo estes então serem delinquentes sociais – uma fuga ao padrão, que envolve conflitos e desacatos.

O conceito de delinquência tem muitas faces, tendo principalmente uma vertente psico-social e outra criminal. Comummente, na nossa sociedade, entendemos como sendo os delinquentes os drogados, os “mitras”, “gangsters” e isso, de certa forma, permite-nos precaver conflitos que poderiam surgir, fruto de um choque entre pensamentos (no fundo é como um europeu ir ao Islão).
Mas afinal de onde vêm, então, os delinquentes? Existem bairros onde a delinquência é uma tradição muito “conceituada” sendo esse o padrão cultural existente.
Porém, apesar de até agora me ter cingido ao papel da cultura na construção do delinquente, existem evidências de que a genética tem o seu papel no encaminhamento psicológico. A influência genética em doenças de foro psiquiátrico, tais como a doença do humor, a esquizofrenia, ou o alcoolismo já é amplamente aceite. Outro caso muito recente que apareceu foi um estudo de uma anomalia cromossómica muito rara; os indivíduos, do sexo masculino, podem possuir, ao contrário do normal cromossoma x e cromossoma y, dois y e um x. Este facto vai criar uma forte predisposição para que estes indivíduos se tornem agressivos e anti-sociais, são os chamados hiper-masculinos. Nestes casos, a influência genética tem um papel altamente condicionante, já que a predisposição deste indivíduos para a violência é muito grande e não precisa de um estímulo forte para se desenvolver. Investigações britânicas descobriram que muitos dos maiores criminosos conhecidos eram portadores destas anomalias; este facto forçou a paragem da investigação, pois, se fosse provado que isto era verdade, esta nova descoberta poderia alegar a favor do réu.
Deparamo-nos agora com um cenário muito ambíguo em que o grau de influência genética (predisposição) e da cultura têm de ser confrontados. Atentando neste casos podemos concluir que, na sua grande maioria, os casos de delinquência não são fatalmente genéticos e que a influência do meio é bastante avultada.

A existência de predisposição genética é de facto verdade, mas são os estímulos exteriores que activam as características inerentes á delinquência.
Para finalizar, não posso deixar de referir que esta dissertação não se destina a encontrar razões justificativas da existência de delinquentes culturais (culturas minoritárias), mas sim de uma delinquência pejorativa e que afecta a sociedade em geral.

 

De que modo os estereótipos, preconceitos e a discriminação condicionam a nossa relação com os outros?


Os estereótipos são um conjunto de crenças que dão uma imagem simplificada das características dos grupos, que se generalizam a todos membros. Alguns exemplos: “os velhos são conservadores”, “os homens são uns machões”. São

determinadas características que generalizamos.
Na sua base está o processo de categorização, isto é, colocamos os indivíduos numa “gaveta” e permite-nos de uma forma mais rápida, orientarmo-nos na vida social. O que por lado é bom, visto que, assim sabemos o que poderemos esperar dos outros, definir o correcto/errado, justo/injusto, o bonito/feio (função sociocognitiva).

Contudo, se generalizarmos poderá estar errado, porque, por exemplo, nem todos os homens são machões, apenas pegamos em características que lhes são comuns e generalizamos (categorização estereotipada). Uma vez interiorizada, o estereótipo é aplicado de forma automática, é uma construção social. Ao pertencermos a um grupo, leva-nos a distinguir os outros, permitindo definir positiva ou negativamente, por relação ao outro grupo. Por exemplo, se soubermos que um grupo tem uma imagem negativa de outro, os estereótipos contribuem para reforçar a identidade do grupo a que pertencemos (socioafectivo). Aqui encontra-se o preconceito, que tem também como ba

se o processo de categorização e a base está na informação veiculada pelo estereótipo, isto é, o estereótipo fornece a informação cognitiva e o preconceito acrescenta-lhes a componente afectiva. Por exemplo, numa sociedade uma senhora sabe que na zona onde vive, os negros roubam, logo ela vai generalizar “todos os negros” e vai guardar com receio a sua carteira.
Estamos perante um acto de discriminação (é um comportamento dirigido ao individuo visado de preconceito) como é o caso de um grupo de portugueses que afirma que os ucranianos deveriam ser expulsos do país, visto que tiram postos de trabalho aos residentes.

Por exemplo, o preconceito racial, conduz à discriminação de pessoas de outras raças, já o preconceito sexista, conduz à discriminação de mulheres e o próprio preconceito religioso, conduz à discriminação das pessoas que professam outras religiões. Assim, no meio onde me insiro, as pessoas obtêm a aceitação social quando se comportam de acordo com os estereótipos.

O preconceito e a discriminação pelas pessoas leva a que muitas das suas atitudes, sejam difíceis de mudar. Os estereótipos assumem posições radicais contra outros grupos, manifestando protecção do seu e o desejo de coesão. Muitos negros sentem-se inferiorizados, desvalorizados, porque muitas das sociedades não os aceitam como realmente gostariam que os vissem.

 

O poder da sociedade na forma como encaramos a diferença!



Parte do que somos agimos e pensamos deve-se em grande parte a todo um conjunto de ideias e conceitos que recebemos da sociedade e que com os quais interpretamos o mundo que nos rodeia. Experimentemos. Experimentemos viver um único dia da nossa vida pondo de parte tudo aquilo que a sociedade nos “empurra”.
Procurando ganhar coragem para enfrentar a realidade, veremos que nem tudo o que os outros nos dizem é verdadeiro e isso levará a um maior peso na consciência. Teremos a plena noção do que é o mundo na íntegra e cairemos na razão. Tudo começa na criação e organização de esquemas mentais produzidos a partir dos diversos elementos que observamos. Simplificando-os, procuramos generalizá-los e categorizá-los consoante os elementos de que dispomos. Tal procedimento torna-se essencial, na medida em que nos é mais simples compreender e interpretar determinada realidade. Criado o esquema mental, é alvo de um processo avaliativo, que pressupõe uma componente emocional e de carácter pejorativo. Está concebido assim o preconceito. Numa fase posterior, é já parte integrante do complexo processo de socialização, onde o preconceito procurará ganhar espaço e afirmação. Como consequência do estereótipo e do preconceito, manifestamos um comportamento, um acto intencional, que procure diminuir a auto-estima do discriminado e assim feri-lo no seu orgulho. No entanto, como não são irreversíveis, a história pessoal poderá ter um papel fulcral nesta matéria, podendo assim alterar padrões de preconceitos. Fugindo a todo este processo acima mencionado, poderemos ser surpreendidos por coisas pelas quais nunca teríamos sequer pensado dessa forma e que até então as achávamos banais.
Certo é que muito provavelmente poderemos não ser mais as mesmas pessoas e que muita coisa poderá mudar na nossa vida daqui em diante. Nova visão do mundo, novo pensamento mas, sobretudo, uma vida que procura ser vivida com menos "poluição" por parte dos outros.

 

 

O poder do amor!!



Aquilo que, ao longo do nosso tempo de vida, vamos sendo, é resultado de tudo o que partilhamos com aqueles com quem de forma significativa nos cruzamos. Do que deles recebemos e lhes damos. E daquilo que, a partir daí, vamos sendo capazes de guardar dentro de nós mesmos, assim o transformando em algo nosso. Só dessa forma podemos aperceber-nos de como, através deles, nos é dada a possibilidade de vislumbrar o amor.
Amar é muito mais do que a sensação de empolgamento quando uma empatia profunda com alguém nos faz sentir capazes de tudo.
Aprender a amar é como subir uma escada com curvas, que nos vai conduzindo a um encontro connosco mesmos e, simultaneamente, à percepção de uma força que, embora pareça vir de fora, nos vem de dentro – sendo, por isso, indestrutível.


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